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Aluguei sem vistoria. E agora?

Postado em: 13/07/2025
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Alugar um imóvel sem vistoria de entrada pode parecer apenas um detalhe na hora da pressa, mas esse descuido pode sair caro. Sem esse documento, o inquilino corre o risco de ser responsabilizado por danos que não causou, além de ter menos argumentos jurídicos para se defender.

Neste artigo, você vai entender o que a Lei do Inquilinato diz, quais são os riscos reais e como agir caso você tenha começado uma locação sem o laudo de entrada.

📋 O que é o laudo de vistoria e por que ele é tão importante?

O laudo de vistoria de entrada é um documento que descreve o estado do imóvel no momento da entrega ao inquilino. Ele registra detalhes como:

Estado de conservação das paredes, portas, janelas, tomadas, torneiras, pisos etc.

Condições de eletrodomésticos, se houver.

Existência de trincas, infiltrações ou danos já existentes.

Esse laudo é essencial porque ele protege as duas partes: o locador sabe que o imóvel foi entregue em boas condições, e o inquilino pode provar que não causou determinados danos.

⚖️ O que diz a Lei do Inquilinato sobre a vistoria?

A Lei nº 8.245/91, que regula as locações urbanas, trata da vistoria de forma indireta, mas clara:

Art. 22, inciso V: O locador deve garantir o uso pacífico do imóvel, o que inclui entregá-lo em bom estado de conservação.

Art. 23, inciso III: O inquilino é obrigado a restituir o imóvel no estado em que recebeu, exceto pelo desgaste natural de uso.

👉 Ou seja: sem o laudo, a lei presume que o imóvel foi entregue em perfeito estado. Se houver algo quebrado ou danificado, o inquilino pode acabar pagando a conta, mesmo que não tenha causado o problema.

⚠️ Quais os riscos de não ter feito a vistoria?

Sem um laudo assinado, você pode enfrentar:

Cobranças indevidas ao sair do imóvel;

Dificuldade para provar que já havia problemas antes de entrar;

Perda total ou parcial do valor da caução;

Desgaste na relação com a imobiliária ou proprietário.

🛠️ O que fazer se você alugou sem vistoria?

Nem tudo está perdido! Veja como agir para se proteger:

1. Faça seu próprio registro

Tire fotos e vídeos detalhados de cada cômodo, mostrando tomadas, torneiras, portas, janelas, pisos, trincas e eventuais problemas. Registre também a data.

2. Envie uma vistoria informal

Você pode escrever um e-mail ou mensagem para a imobiliária (ou proprietário) com os registros, descrevendo os pontos relevantes, e solicitar que eles respondam — isso já gera prova documental.

3. Guarde todas as comunicações

Mensagens por WhatsApp, e-mails ou protocolos de atendimento podem ser usadas como provas em caso de disputa judicial.

4. Conteste cobranças indevidas por escrito

Se você for cobrado por algo que já estava quebrado, envie uma contestação formal com os registros anexados.

5. Busque ajuda profissional

Se houver abusos, consulte um advogado ou procure o Procon da sua cidade. Muitas vezes, mesmo sem laudo oficial, a justiça aceita outras formas de prova.

Alugar um imóvel sem vistoria não é o ideal — mas com iniciativa, registros e conhecimento da lei, você pode se proteger de cobranças indevidas e injustiças.

A informação é sua maior defesa!

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